A Praça Euclides da Cunha, uma representação da paisagem sertaneja
Main Authors: | FEITOSA JÚNIOR, Wilson de Barros, SILVA, Joelmir Marques da, CARNEIRO, Ana Rita Sá |
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Format: | info publication-preprint eJournal |
Bahasa: | por |
Terbitan: |
, 2018
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Subjects: | |
Online Access: |
https://zenodo.org/record/2542498 |
Daftar Isi:
- Os primeiros jardins públicos modernos do Brasil foram criados por Roberto Burle Marx na década de 1930 na cidade do Recife. O paisagista entendia o jardim como uma reintegração estética dos elementos da paisagem, onde a vegetação é o principal elemento. Com essa intenção, Burle Marx projetou 13 jardins públicos, entre 1935 a 1937 e, dentre eles, destaca-se a Praça Euclides da Cunha, um dos seus primeiros projetos. Inspirado na paisagem do sertão, a praça abriga espécies da Caatinga pernambucana, o que lhe conferiu, e como Burle Marx especificou, um caráter ecológico, primeiro por representar um recorte do ecossistema da Caatinga e segundo por ter respeitado as condições eco fisiológicas de cada espécie. Com a criação da praça, o paisagista objetivou semear a alma brasileira, ou seja, um jardim essencialmente brasileiro e que até hoje se configura como o único espaço público com tais características. Tendo sido restaurada em 2004, na perspectiva de seu reconhecimento como jardim histórico, a manutenção da Praça Euclides da Cunha vem sendo constante, e exige o conhecimento da botânica histórica [também denominada de arqueologia botânica]. O problema que caracterizou este ensaio estabeleceu-se na ausência de um entendimento do verde histórico da Praça Euclides da Cunha. Assim, identificou-se a composição florística do projeto original, mediante a técnica da fotointerpretação. Como resultado, obteve-se um quantitativo de 23 espécies [Agave sisalana, Encholirium spectabile, Hohenbergia catingae, Neoglaziovia variegata, Cereus jamacaru, Harrisia adscendens, Melocactus bahiensis, Pilosocereus gounellei, Pilosocereus piauhyensis, Opuntia dillenii, Opuntia inamoena, Tacinga palmadora, Tacinga funalis, Aspidosperma pyrifolium, Libidibia ferrea var. ferrea, Poincianella pyramidalis, Cnidoscolus quercifolius, Spondias tuberosa, Enterolobium contortisiliquum, Ceiba glaziovii, Handroanthus impetiginosus, Handroanthus sp. e Ziziphus joazeiro] que pertencem a 19 gêneros e 10 famílias botânicas. Observou-se que apesar das intervenções ocorridas com relação à vegetação indicada no projeto original, a ideia do paisagista permanece na praça.